quarta-feira, 2 de março de 2011

Retórica

De Paixão e Amor tanto se fala, 
tanto se descreve...mas será que se vive?

Ou será que a fala é a vida que se projeta? 
Ou será que é a vida que se vive que se faz aberta?
Ou será que a paixão é nossa arte?
Ou será que é só pra quem arde?
Ou para os filhos de Marte...?
Ou para os que vestem vermelho...?

Lou Andreas Salomé já dizia em suas reflexões sobre o problema do amor... 
 já vai colocando como um problema.. vejam só...
e você como poema...
Mas pensemos então...ou simplesmente sentir, 
pois sim e por que não?!
Questionemos...Se somos inteiros somos objeto e/ou podemos amar...? 
E/ou se somos parte somos à parte precisando completar?

Só sei que se apaixonar é como viver mil vezes,
 é como receber transfusão de sangue... 
Talvez amemos mais o estado do que o objeto... 
talvez amemos mais o amor.. a paixão... querido amigo Aquaman...
Não sei... ainda to descobrindo...

Estações

As folhas secas lembram aqueles momentos antes do ocaso...

O auge que foi sugado, a espera do derradeiro...inverno.

É barulhento quando nelas pisamos, 
quando as amassamos...elas sucumbem à nossa força, 
pois não resta mais nada que resista.

São reflexo do pó inexoravelmente que seremos, 
mas nem por isso deixam de ser belas...
Ser uma folha amarela ou marrom...
prova a vivência...de estações, 
sujeitos como somos à ação da vida...

Trajeto

Saborear o tempo escorrendo por nossos pés, 
como se cada passo fosse um amuse-bouche.

É tarefa difícil, 
pois somos tentados pela experiência fast-food.

Usamos as asas de Mercúrio na fila que anda, 
quando um amor azeda.

Ah  o paradoxo...


Ou somos intensos, 
verdadeiros, 
bêbados de viver tanto ...
ou somos lagos bolorentos de temermos demais...

Como contabilizamos nossos dias? 
Nossas rotinas... 
No saldo teremos muito do mesmo...ou não.

Será que amamos muito desse mesmo?

Como fazer a salada de todo dia gostosa sempre?
Como tomar sorvete de morango mil vezes?

A gente se repete...prossegue na jornada, 
se re-edita, re-inventa,
 mas no final...aquela pessoa que deu o primeiro passo, já não existe mais.


Como dizem no clichê...o que vale é como andamos em nossa trajetória...
como escrevemos nossa história...